A ministra do ensino superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Professora Doutora Maria do Rosário Sambo, procedeu, em Benguela, na arena do Instituto Superior Politécnico Jean Piaget de Benguela, à abertura oficial do ano académico 2020, com as atenções voltadas para a melhoria da qualidade de ensino.
Intervindo na cerimónia, a ministra manifestou-se insatisfeita com o facto de haver determinadas instituições privadas que, desafiando o Estado, ministram cursos ilegais, defraudando, deste modo, as expectativas de jovens ávidos em aumentar o seu grau académico. Entretanto, de acordo com a governante, estarão já a ser ensaiadas uma série de medidas visando a inversão do quadro.
Nesta perspectiva, a responsável entende que o processo de reorganização da rede de instituições do ensino superior terá de incorporar e evidenciar, na prática, uma verdade distinta entre os ensinos universitário e o politécnico, não sendo nenhum melhor do que o outro, mas diferentes no modo de formar.
“Sendo politécnico, por excelência, mais voltado para a formação técnica no contexto do mercado de trabalho e mais ligado ao território onde se realiza. Faremos o enquadramento da oferta formativa mais adequada às necessidades do país e o mesmo é dizer de acordo com o desenvolvimento das província onde as IES estão inseridas”, esclarece.
A responsável referiu que, no crescimento da população universitária, um dos grandes desafios do seu pelouro passa pelo alinhamento da oferta formativa do desenvolvimento económico e social do país.
Em relação aos docentes, a Professora Doutora Maria do Rosário Sambo refere que o desafio do subsistema do ensino superior não se limita apenas à necessidade da sua diferenciação, mas também à superação da sua insuficiência quantitativa, tal como ocorre a outros cursos humanos.
“Reconhecendo esta insuficiência, que é gritante, em 2019, foi realizado o concurso público com 1.223 vagas para ingresso de docentes”, salientou.
Por sua vez, o reitor da Universidade Katyavala Bwila, Professor Doutor Albano Vicente, revelou que as estatísticas públicadas pelo Ministério, em 2018, apontam as províncias de Benguela e Cuanza-Sul, que correspondem à II região académica, como responsáveis pela licenciatura de 2.523 profissionais, na ordem dos 11,8% do total de 21.310 técnicos superiores formados anualmente em todo o país em 2017.
“Possuímos a terceira maior procura regional de acesso ao ensino superior com 2.165”, disse.